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Kempo de Okinawa (Karatê) arte de defesa pessoal

Atualizado: 12 de jan.

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A frase em destaque abaixo (de difícil interpretação) pode ser traduzida como:

O karatê nasceu quando a paz, o coração do povo de Okinawa, foi incorporada ao espírito do zen expresso no boxe chinês do templo Shorin. (livre tradução).

"Karate was born when peace, the heart of the Okinawan people, was incorporated with the spirit of zen as embodied in Chinese Shorin Temple boxing [1]."


Nela há alguns elementos que podemos considerar chaves para compreender o objetivo e aplicação prática do Karatê:

  1. A paz como coração do povo de Okinawa, o que remete a paz como um elemento de importância central para o okinawano, o seu modo de viver [4].

  2. Este modo de viver, encontra-se com a prática do zen em arte de luta, o box chinês do templo Shorin.

O Karatê pode então ser entendido como um meio para a paz [4], a prática de uma arte de confronto (ou violência) é realizada como um meio para a pacificação. - Não lhe parace uma contradição?

Marcial: diz-se sobre o que é de ou do que é apropriado para a guerra.
Arte: habilidade ou disposição dirigida para a execução de uma finalidade prática ou teórica, realizada de forma consciente, controlada e racional.
Arte Marcial: Práticas físicas e mentais, derivadas de técnicas de guerra. [2]

Uma arte marcial deve, por definição, ser uma habilidade relacionada a guerra, as armas, uma habilidade com a finalidade de matar ou ferir o maior número de oponentes possíveis [1]. Todas as artes marciais têm isto como objetivo primário [1].

- Inclusive o karatê....?


"Minha convicção é a de que o ken (punhos: uma referência ao karatê) e o zen são a mesma coisa" C. Miyagi

O treino do Karatê é também pratica de zen, buscando aprimorar o corpo e a mente [3, 4, 5, 8]. É importante compreender que, ao contrário das demais artes marciais, o karatê é puramente uma arte de defesa pessoal [1,4], que o seu princípio fundametal é o da defesa [1,4]. Defender para garantir a paz.


"Não agredir aos demais; não ser agredido pelos demais; o princípio é a paz sem incidentes" C. Miyagi

Por óbvio, defesa (defense) e ofensa (offense) dependem uma da outra para existir [1].

Assim, treinar técnicas de defesa implica treinar técnicas ofensivas [1,3].

Defesa aqui não deve significar passividade ou permissividade.

Dissuação. Matar e ferir não são objetivos do Karatê [1].


"Karate Ni Sente Nashi" (No Karatê não existe atitude ofensiva). G. Funakoshi

Essa arte de luta que flui do coração de Okinawa tem como fiinalidade a autoproteção. Ela confere habilidades que permitem impedir atos de agressão (ofensa), agir contra o impeto violento de um oponente [6,7].

É muito importante encarar o fato de que o Karatê em sua essência é um sistema de defesa pessoal. Em cada um de seus movimentos, em cada uma de suas técnicas há uma aplicação a ser usada para garantir a integridade física frente violência iminente [6]. Para deixar mais claro: Quando se treina karatê o que se está treinando é pura defesa pessoal.

Os praticantes do karatê de Okinawa sabem que o treino de defesa pessoal isoladamente do "restante das técnicas" é um contrasenso, seria algo que denotaria desconhecimento das raízes, da essência e dos princípios do Karatê.

"Qualquer um que aprenda esta arte [o karatê] estará apto a forjar seu corpo e sua mente em algo forte, estará apto a estar firme em situações terríveis e de quebrar as mãos de um oponente ao mesmo tempo em que protege a si mesmo." C. Motobu

Não resta dúvida de que, como Karatedo-kas, temos que buscar a paz através do zen na prática do Karatê. Neste sentido, é importante perceber que há um inimigo interno nos desafiando cotidianamente e que deve ser dissuadido. Este também é um aspecto importante de autoproteção.


"Deixe-me tratar de um importante aspecto do Karatê em Okinawa. Em Okinawa o Karatê não é praticado como um esporte... Os habitantes de Okinawa consideram o karatê uma atividade para toda a vida, a ser praticada como um treinamento para o corpo e a mente." M. Higaonna


Referências citadas:

1 - Toguchi S. 2001. Okinawan Goju-Ryu II: Advanced Techniques of Shorei-Kan Karate. Ohara Publications 173p.

2 - Artes Marciais. In: Wikipédia, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2023. https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Artes_marciais&oldid=66464731. Acesso em: 23 ago. 2023.

3 - Nagamine, S. 1998. The Essence of Okinawan Karate-do. Tuttle Publishing 273p.

4 - Hiagaonna M. 1985. Traditional Karate-DO - Okinawa Goju Ryu Vol. 1 Fundamental Techniques. Sugawara Martial Arts Institute 169 p.

5 - Miyagi C. 1934. Karate-do Gaisetsu.

6 -Abernethy, I. 2010. Karate ni Sente Nashi: What the Masters Had to Say. https://iainabernethy.co.uk/article/karate-ni-sente-nashi-what-masters-had-say. Acessado em ago. 2023.

7 - Abenerthy, I. 2010. No First Attack in Karate? https://iainabernethy.co.uk/article/no-first-attack-karate . Acessado em ago. 2023.

8 - Choki, M. 1923. Karate Jutsu: Kumite. Eric Shahan 134p.





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